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Elas estão no comando

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Mulheres empreendedoras, competentes, corajosas e charmosas, elas “pintam de rosa” os resultados de gestão do RPPS brasileiro

Não é porque a Revista RPPS do Brasil tem em sua direção o comando feminino que essa editoria resolveu homenagear três mulheres gestoras, representando todas as demais meninas do RPPS. Elas são poderosas, conseguem desempenhar inúmeras tarefas ao mesmo tempo, são caprichosas em tudo o que fazem, têm jogo de cintura para fazer gestão de crises, presam pelos detalhes nas relações interpessoais, enfim, elas estão no comando de inúmeros Regimes Próprios do país e estão fazendo bonito.

Entrevistamos Lúcia Helena, Luana Aparecida Ortega e Tatiana Prezotti Morelli, três grandes gestoras de RPPS para mostrarmos um pouco da experiência de cada uma em suas atividades, como forma de homenagear todas as meninas que fazem bonito no mercado.

 

 

Revista RPPS do Brasil – Lúcia Helena, como você avalia seu trabalho no RPPS
atualmente, já que você trabalha em Diadema – no Estado de São Paulo, tem família e
ainda faz parte da ABIPEM?

Lúcia Helena – É mais que um desafio, é o resultado de um trabalho  profissional diário e que vem sendo desenvolvido desde 1995, quando comecei como procuradora do Instituto de Diadema/SP,  depois na APEPREM, e agora com essa possibilidade de participar deste processo junto a ABIPEM, contribuir para a
formação, capacitação e envolvimento dos gestores de Regime Próprio, é
uma gratificação pessoal e profissional. Estar na ABIPEM é muito
desafiante, pois é uma entidade reconhecida por conta desse trabalho
realizado junto aos RPPSs, estamos trabalhando como parceiros do Regime
Próprio, temos uma equipe comprometida e que fará uma gestão de muito
sucesso na Associação, com certeza.

 

RPPS do Brasil – E quais são os desafios para a Lúcia, que ora se aposenta “entre aspas”?

Lúcia Helena – Este é um momento único, de transição e de muita calma. Na verdade, já
posso me aposentar, mas não pretendo parar.  Entendo que profissionalmente e tecnicamente ainda tenho muito o que aprender, participar e  colaborar para o segmento.

 

RPPS do Brasil – Em sua opinião, qual é o segredo da atuação feminina no processo de gestão de um Instituto de RPPS ou de uma entidade como a ABIPEM?

Lúcia Helena – Não creio que tenha uma diferença grande, as responsabilidades são as mesmas. Creio que exista sim um olhar mais sensível e apurado, aliado a um olhar global; a mulher é multifuncional, e por isso agrega muito onde atua.

 

RPPS do Brasil – Na verdade, vemos cada vez mais as mulheres se
destacando na área do RPPS, exemplo disso são os eventos, onde as
mulheres se mostram como maioria.

Lúcia Helena – Já vimos que mudou muito este perfil, isso para quem está há mais tempo no Regime Próprio consegue constatar claramente. Na gestão das entidades percebe-se que o quantitativo de mulheres é agregado ao qualitativo, e isso tem sido bom para os RPPSs.

 

RPPS do Brasil – E você Tatiana, como tem sido a experiência de gestão no RPPS sendo uma jovem profissional?

Tatiana – A gestão do RPPS de Vitória/ES tem sido um desafio muito estimulante para mim!  A gestão previdenciária é complexa e exige cada vez mais um perfil técnico. Temos sempre que estar focados em buscar alternativas para a sustentabilidade do sistema e as melhores práticas de gestão, de modo a proporcionar maior controle e mais transparência no relacionamento com os segurados e com a sociedade.

 

RPPS do Brasil – Você acha que o “jeitinho feminino” de lidar com as coisas ajuda nessa questão?

Tatiana – Não sei precisar se existe de fato esta habilidade denominada “jeitinho feminino” e se esta qualidade se restringe apenas às mulheres! Mas vejo que as mulheres passaram a perceber que diante da grande competitividade organizacional é necessário utilizar métodos cada vez mais eficientes, focando nas relações humanas e se preparando para atuarem como líderes, em um cenário que nem sempre são valorizadas e reconhecidas. Mas,  felizmente, podemos constatar que as mulheres vem sim conquistando seu espaço e atuando de forma diferenciada no âmbito familiar, social e no trabalho!

 

RPPS do Brasil – E pra você, enquanto mulher e profissional da área, tem sido satisfatório seu desempenho?

Tatiana – Tenho sim muita satisfação em atuar na gestão do RPPS de Vitória/ES. Sinto que estabelecemos um relacionamento colaborativo no IPAMV e percebo contentamento da equipe com a gestão horizontal e compartilhada que construímos! E pra vocês mulheres, querendo ou não, que estão à frente do processo de gestão, é uma vitrine, uma referência.

 

RPPS do Brasil – Como a Tatiana se sente, de certa forma, sendo uma vitrine para outras mulheres que estão começando a ingressar no RPPS?

Tatiana – Gostaria que a visibilidade que hoje alcancei pudesse encorajar outras mulheres a desenvolver seu potencial de liderança!  Que outras mulheres percebessem que, quando o assunto é a reciprocidade no ambiente de trabalho, podemos tornar o ambiente mais unido, fortalecendo assim o trabalho em equipe e tornando ainda melhor e competitivo o capital intelectual da organização.

 

RPPS do Brasil – Luana, e pra você, tendo a primeira oportunidade como profissional de atuar nessa área de gestão de RPPS. Como recebe essa oportunidade de fazer parte da ABIPEM?

Luana – Lisonjeada e segura. Temos um representante amigo e comprometido, isso nos transmite a satisfação em fazer parte da equipe da ABIPEM. Atuo no segmento de RPPS na cidade de Cáceres-MT, na função de controladoria interna, desde 2009. Venho do interior do Estado de Mato Grosso e, representar a Região Centro-Oeste do país é uma honra, além de ser bastante desafiador. Certamente, o convite para unir forças à equipe que aí está, é fruto do destaque de um trabalho em equipe realizado no Estado Mato Grosso, que beneficiou a região Centro-Oeste, no sentido de aprimorarmos conhecimentos em gestão previdenciária naquela região, tudo isso só foi possível com o apoio da ABIPEM, APEPREM, ADIMP, TCE-MT e do Departamento de Regimes Próprios de Previdência do Servidor Público/MTPS, além de nossos parceiros e patrocinadores.

 

RPPS do Brasil – E em sua opinião, a mulher realmente tem esse diferencial, um “jeitinho” pra lidar com as dificuldades? Como você avalia o trabalho feminino, não especificamente no RPPS, mas de uma maneira geral?

Luana – Acho que a mulher tem muito a contribuir, e isso vem sendo comprovado. Percebemos a atuação de mulheres em universos que, até pouco tempo, eram dominados pelos homens, contudo, elas desempenham suas funções com maestria, brilhantismo e de forma agregadora, além de demonstrarem muito comprometimento e disposição para enfrentar novos desafios.

 

RPPS do Brasil – A mulher consegue, não é Luana, transferir essa questão do estilo, da personalidade para o ambiente de trabalho, e quando esse traço é positivo, contagia a equipe.

Luana – Sem dúvida! Contamos com a sensibilidade para lidar com nossos parceiros de trabalho, conseguimos transmitir leveza e espiritualidade no cotidiano. Muito embora ainda acredite que a relação de respeito entre homens e mulheres no mercado de trabalho, é salutar e saudável.

 

RPPS do Brasil – E como é esse contexto da Luana, que até então não era gestora, pois a partir de janeiro de 2017 você assumiu o Instituto de Cáceres/MT, ter atuado de maneira muito ativa no meio?

Luana – Iliane, certamente o convite para a missão de comandar o órgão é o reconhecimento de um trabalho sério e comprometido na gestão previdenciária de meu município. Durante minha carreira profissional sempre estive vinculada a gestão técnica, e na gestão do Instituto de Previdência de Cáceres, não será diferente.

Possuo bom relacionamento com a equipe administrativa, tanto do Ente, quanto do RPPS. Sinto as manifestações de carinho, confiança e respeito de nossos conselheiros curadores, além do comprometimento deles com a gestão previdenciária. Esse contexto, nos fortalece.

Devo reconhecer minha atuação no segmento de RPPS em nosso município e no Estado de Mato Grosso, uma vez que nos envolvemos com a disseminação de ações do Ministério da Previdência Social, por exemplo, o SIPREV e Proprev, além de buscarmos parcerias e propor capacitações em gestão previdenciária no MT, onde ressalto o apoio institucional do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, que no último ano abriu suas portas para receber nosso evento, que se consagra o único espaço de discussões em gestão previdenciária no Estado de Mato Grosso, em suas diversas áreas de atuação. O evento, que aconteceu pela quarta vez, é carente de recursos financeiros, pois não possuímos associação no MT, porém é gigante na sua essência e proposta, isso atrai a confiabilidade.

O cotidiano nos desafia, nossa missão é enfrentar e ter êxito.

 

RPPS do Brasil – E agora, Luana, você é a responsável pela gestão de um Instituto, como você está encarando o desafio de criar a sua própria linha administrativa?

Luana – Manifestamos nosso carinho e respeito pela gestão previdenciária. Temos convicção de nossa responsabilidade frente a turbulência da proposta de reformulação da Previdência no país, temos um mercado financeiro ainda temerário, um déficit atuarial altíssimo e poucas opções de sustentabilidade.

Diante desses fatores, é certo de que acompanharemos a tramitação da proposta, principalmente através da ABIPEM, nivelaremos as oscilações de mercado financeiro e, certamente, buscaremos alternativas sustentáveis para nosso RPPS com criatividade e comprometimento.

 

RPPS do Brasil – Para finalizarmos, em sua opinião Luana, quais são as principais dificuldades que as mulheres encontram nesse mercado de RPPS?

Luana – Iliane, com bastante sinceridade, não vejo dificuldades. Nós, mulheres, estamos engajadas no segmento de RPPS no país todo, demonstramos foco e compromisso nas ações em que nos propusemos. Temos excelentes gestoras, como é o caso da nossa colega Tatiana (Vitória-ES), mulher linda, jovem e gestora de um Instituto gigante. Além disso, tenho outras referências, como a Lúcia Helena, procuradora de Diadema-SP, mulher elegante e guerreira que esteve à frente da APEPREM com bastante dinamismo e fez um excelente trabalho, inclusive me apoiou na primeira edição da capacitação no Mato Grosso, em 2013. Tenho outras mulheres que admiro, como a Léa Praxedes, da região do Nordeste, no meu Estado de Mato Grosso cito gigantes colegas e conterrâneas Andressa, de Lucas do Rio Verde e Cássia, de Sinop.  Olha só, nem preciso ir tão longe, vocês da Revista RPPS do Brasil, um editorial de mulheres lindas, que desempenham um trabalho importantíssimo no segmento de forma imparcial e brilhante, fortalecem a cultura previdenciária divulgando as ações do segmento aos seus clientes, além de circularem em nosso meio sem qualquer discriminação (rs).

Aliás, agradeço a oportunidade e parabenizo você e sua equipe pelo trabalho que vem sendo realizado e com boas propostas para este ano de 2017, desejo muito sucesso.

 

Essa entrevista foi gravada durante a realização do X Encontro Temático Jurídico  da  APEPREM.

 

  • Nota da redação: A Revista RPPS do Brasil, na pessoa da editora Iliane Fonseca, agradece as manifestações de carinho da gestora Luana Ortega.

 

Lúcia Helena, formada em Pedagogia e Direito. Pós-graduada em Direito Tributário, Constitucional e RPPS, procuradora do Instituto de Previdência do Servidor Municipal de Diadema e Vice-Presidente da Região Sudeste da ABIPEM

 

Luana Aparecida Ortega, 37 anos, natural da cidade de Cáceres/MT, casada há doze anos e mãe/madrasta de cinco filhos, Vinícius (23 anos), Gabriel (21 anos), os gêmeos Diego e Carolina (12 anos) e Gabriela (9anos), é graduada em Ciências Contábeis e pós-graduada em Contabilidade Pública e Auditoria Governamental, além de Direito Público.  Atualmente ocupa o cargo de Diretora Executiva do Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores de Cáceres (PREVI-CÁCERES), órgão no qual ocupou o cargo de controladora interna no período de 2009-2016. Ocupa a função de Vice-Presidente da Região Centro-Oeste do país da diretoria 2016-2018 da ABIPEM e é docente do Curso de Bacharelado em Ciências Contábeis, nas disciplinas de Contabilidade Pública, do Campus Universitário Janne Vanini da Universidade do Estado de Mato Grosso, em Cáceres e também contribui na gestão do empreendimento turístico da família, “Eco Pousada Sinimbu” a beira da Baía do Malheiros no Rio Paraguai, em Cáceres.

 

Tatiana Prezotti Morelli, 43 anos, nascida em Vitória/ES. Formada em Pedagogia e Direito, com especialização nestas duas áreas, casada, mãe de dois filhos e há oito anos atuando em RPPS, tendo iniciado como Assessora Jurídico, ex-presidente da ACIP -Associação Capixaba de Institutos de Previdência e agora, até 2010, gestora do Instituto de Vitória. Além disso, é Conselheira Fiscal da ABIPEM