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Precisamos aprender a planejar o futuro com elas

por Revista RPPS
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Estudos produzidos em finanças comprovam que investidores tendem sempre a escolher opções conservadoras para realizar seus investimentos. Este comportamento é conhecido como aversão ao risco, que está intimamente ligado à necessidade humana de sentir-se seguro. Como a meta final de quem investe é o retorno alcançado, o comportamento de aversão faz com que os investidores optem por produtos que maximizam a segurança, minimizando os riscos.

Um exemplo disso – e que corresponde a diversificação do mercado em termos de investimentos – está na previdência complementar fechada, aquela gerida por entidades fechadas de previdência complementar, tal como a PREVES. Essas entidades contam com custos administrativos menores e toda a rentabilidade auferida é repassada integralmente para os participantes do plano de previdência. Importante ressaltar que contam com uma estrutura de análise de investimentos bem preparada e possuem expertise para buscar boas oportunidades de investimentos, muitas vezes não disponíveis para as pessoas físicas em geral.

Na PREVES, temos constatado um aumento significativo do número de mulheres que aderem aos planos de previdência complementar, o que demonstra um comportamento focado na segurança e no baixo risco, e que não é diferente do perfil das mulheres investidoras do país.

Atualmente, o público feminino representa, aproximadamente, 23% do mercado. Em 2002, elas representavam 18% dessa fatia e já movimentam mais de R$ 46 bilhões em investimentos no mercado financeiro.

O perfil das mulheres investidoras se mantém o mesmo. Conservadoras, pensando sempre no futuro e planejando obter os retornos a longo prazo. Elas continuam investindo valores menos significativos que os homens. Na média, 67% a menos que o volume de investimentos masculinos. Isso demonstra a potencialidade que o mercado de investidoras femininas possui. Nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro encontram-se 75% das mulheres investidoras. No Espírito Santo este número é de apenas 0,37%.

O Tesouro Direto, outro investimento de natureza conservadora e de longo prazo, observou que, de janeiro de 2015 a dezembro de 2016, o número de mulheres cadastradas no Tesouro Direto aumentou de 21,2% para 24,1%. Já em 2017, a fatia delas alcançou 27,5% do total de investidores cadastrados, e em janeiro deste ano as mulheres já representam 27,9% dos cadastrados.

Em 2016, um estudo realizado pelo Fórum Econômico Mundial concluía que: I) a igualdade de gênero tem a capacidade de aumentar o PIB global em 12% até 2030; II) acrescentaria US$ 12 trilhões ao PIB global até 2025; III) que embora as mulheres sejam pouco mais da metade da população mundial, elas contribuem com apenas 35% do PIB global e IV) no Brasil, em 2025, o incremento na economia seria de até US$ 410 bilhões.

Em resumo, podemos concluir que a participação das mulheres nos segmentos econômicos e na condição de investidoras possibilita uma nova dinâmica ao mercado financeiro e traz uma visão de longo prazo, de preocupação com o futuro. Nossa cultura é de aproveitar o curto prazo e deixar o futuro para o futuro. Mas a população mundial está vivendo mais, estamos vivendo num tempo de incerteza política, econômica e mercado financeiro volátil. Sabemos que a maioria das pessoas ainda não se prepara para a aposentadoria. Conforme estudos realizados pela Mongeral Aegon, 47% dos trabalhadores fazem planos para a aposentadoria e apenas 17% transformam os planos em realidade.

Precisamos aprender com as mulheres. Precisamos, como elas, pensar em nosso futuro. Precisamos de um toque feminino em nossa cultura e em nossa vida.

Alexandre Wernersbach Neves
Especialista em Gestão Financeira

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