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Você tem motivação pra enfrentar o dia a dia?

por Revista RPPS
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Bater meta atuarial, conhecer e buscar as melhores aplicações para os investimentos, cobrar o cumprimento dos repasses mensais, pagar em dia e atender com presteza os segurados, liderar equipes, administrar relacionamentos com vereadores, conselheiros, imprensa. Tudo isso faz parte do dia a dia de um gestor previdenciário. Mas não é só!

O gestor precisa também planejar e coordenar programas de pré e pós-aposentadoria, acompanhar e cumprir as orientações normativas do Ministério da Previdência, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, além das demandas dos segurados quanto aos seus benefícios atuais e futuros! Quem é gestor sabe que um dos maiores problemas não é apenas a falta da chamada “cultura previdenciária”. Pior que isso: é o desinteresse da maioria dos servidores em adquirir esse conhecimento que, afinal das contas, é de seu próprio e único interesse! O que fazer?

Como presidente do Instituto de Previdência de Barretos por dois mandatos vivenciei esses e outros problemas: o cuidado extremo com a regularidade das contas, as auditorias, o controle dos gastos, tudo para buscar e manter o tal “equilíbrio financeiro e atuarial”. Assim que ingressei nesse mundo – no início, desconhecido -, percebi que não era o único a fazer “cara de paisagem” quando não conseguia respostas para perguntas indigestas. Não havia equipe qualificada, os conselheiros estavam desinformados de suas reais funções, e o regime próprio era visto apenas como um insaciável sugador dos parcos recursos municipais. Enfim, era e ainda é visto como o “patinho feio”.

Busquei, então, me juntar aos demais “cisnes disfarçados”, participando de todos os eventos, seminários, encontros e congressos; assinando e lendo as publicações específicas para nosso segmento. Desse encontro e network com os demais colegas gestores, nascia o estímulo e a motivação para trocar experiências e aplicá-las no meu dia a dia.

Em 2013 lancei o livro PORTAS EM MANUAL contando o que defino como minhas “vivências e sobrevivências”, que me levaram a um quase infarto e à implantação de três stents nas coronárias entupidas. Sobrevivi a dez dias de UTI, fiz um programa de recuperação física, mental, espiritual e emocional, e me transformei num “atleta”, aos 50 anos de idade. Corri seis corridas de São Silvestre e duas meia-maratonas, além de dezenas de outras provas.

Baseada no livro montei uma palestra de motivação e superação, que passei a ministrar em empresas, academias, clubes e associações. O contato com os gestores trouxeram as palestras para os eventos previdenciários. Não são somente os gestores e conselheiros que precisam estar motivados. Os servidores também precisam conhecer e buscar o equilíbrio para transformarem sua forma de encarar problemas pessoais e profissionais.

E os números são assustadores! Recente pesquisa do Instituto Gallup mostrou que o custo da infelicidade no Brasil chegou a US$ 42 bilhões em 2012! Ou seja, 86% dos funcionários e servidores estão infelizes no ambiente de trabalho! A taxa de suicídio entre os jovens cresceu 30% nos últimos 25 anos! Mais da metade dos brasileiros estão acima do peso! A venda de calmantes subiu 42% nos últimos cinco anos. No Piauí, o número de afastamentos por depressão subiu mais de 300% nos últimos dez anos!

As palestras motivacionais começam a fazer parte integrante não só dos eventos previdenciários, mas também junto aos institutos, prefeituras e Estados. São os livros e as palestras que ajudam nos programas de conscientização não só para a cultura previdenciária, mas para o bem-estar de gestores, governantes e servidores em geral. No final, todos ganham!

  • Franco de Britto é palestrante, escritor, jornalista e ex-gestor previdenciário.

Franco de Britto

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